Nos últimos 12 meses, condomínios em todo o país tiveram alta de 7,7%. Cidade tem mais de 600 condomínios; 40% tem morador inadimplente.
Em tempos de recessão e dinheiro mais curto, algumas pessoas acabam privilegiando o pagamento de certas contas e deixando outras pra depois. Essa inadimplência atingiu em cheio a dívida que normalmente tem a menor multa: a taxa de condomínios. Em quase metade dos condomínios de São José do Rio Preto (SP), há moradores com o pagamento atrasado.
Valdomiro é síndico de um prédio da cidade há 21 anos e diz que nunca viu tanta inadimplência como agora. Entre abril e maio deste ano, por exemplo, mais de 20% dos moradores atrasaram ou deixaram de pagar o condomínio. Ele só encontrou o equilíbrio das contas aumentando o valor da taxa.
O reajuste se soma a outro, provocado pelo aumento no valor de serviços como fornecimento de energia elétrica e água. Segundo o IBGE, nos últimos 12 meses, os condomínios em todo o país tiveram alta de 7,7%.
Adilson é dono de uma administradora que cuida de 60 condomínios em rio preto. São mais de seis mil apartamentos e casas. Para conseguir fechar as contas no fim do mês, às vezes, é preciso reforçar a cobrança quando o pagamento atrasa.
Rio Preto tem hoje mais de 600 condomínios e cerca de 40% deles tem pelo menos um morador inadimplente. É como se a cada dez condomínios, quatro fechassem o mês no sufoco. Os dados são do Secovi, Sindicato da Habitação, que indica ainda que a maioria dos devedores é dono do primeiro imóvel e está correndo o risco de perder a casa ou o apartamento.
O diretor Alessandro explica ainda que em meio a crise, muita gente prefere dever o condomínio a o financiamento do carro, ou o cheque especial, por exemplo, porque os juros são mais baixos, mas essa conta pode estar errada. “A multa é de 2%, mas se você levar aos meios legais, pode chegar até 15%. Um acordo é o melhor negócio”, comenta.